Futuros Impuros

Performance em Vídeo

 

Andar através dos tempos, desde a Modernidade, aproxima-se da imagem de um caminhar por um grande defunto que é arrastado pela história: “vivemos dentro de um cadáver”, como diz o filósofo Franco Berardi (2021). Esse defunto é o capitalismo, morto em todas as suas promessas de progresso e de comprometimento com a evolução da matéria e do espírito. Propagados por redes de infraestruturas globais, seus efeitos repercutem no microcosmos de uma vila de agricultores, no pequeno bairro afastado de uma metrópole e até em comunidades vegetais de uma mata já modificada. O global e o local estão entrelaçados em suas especificidades, desmistificando a massificação de uma realidade e revelando as tramas dos ecossistemas, que são, sobretudo, relacionais e interdependentes. A verdade, mais que sabida, é que esses defuntos são uma miríade de corpos que não desejaram, muito menos plantaram seus fins soterradas pelo concreto mas que, ainda sim, sofreram com as consequências de um projeto avassalador de subjugação da natureza e da vida. Futuros Impuros é atravessado por esses corpos invisíveis e invisibilizados que, ao compor em gestos uma dança precária, religa-nos sensivelmente a mundos emaranhados.

Link para o vídeo: Futuros Impuros

 

 

Ficha Técnica

 

Concepção e Performance: Marcela Cavallini

Captação de imagens: Marcela Cavallini

Edição e Montagem: BaliRec Produtora